
Insolúvel (2020)
A série fotográfica é uma narrativa sobre a impermanência. Através dela, pesquiso, no meu imaginário, fundamentos da filosofia budista e estóica, mas mais do que isso, descrevo minha experiência simbólica da morte, advinda de uma depressão profunda que enfrentei durante 03 anos (2017 a 2020).
A série foi produzida em casa, durante a pandemia. O personagem retratado é meu ex-companheiro na época. Foi através da direção deste trabalho que enxerguei, pela primeira vez, poesia na fria escuridão da qual eu enfrentei.
Esta série mudou minha relação com as imagens e fundamentou minha pesquisa de cura através do caráter simbólico de uma imagem. Nela, o chamado para incorporar a luz em meio a escuridão torna-se luz-integração. É dolorido e demanda libertar o apego. O que acontece em seguida é que a "imagem-identidade" dissolve-se junto ao ego. Todos nós morremos várias vezes na vida. A depressão foi minha grande morte, neste trabalho entendi que é preciso desapegar-se do personagem identificado com a dor. O que sobra é luz.





